Na última quinta-feira estava voltando do centro de Igarassu, caminhando pelo sítio histórico, quando passei de frente a Câmara de Vereadores e escutei um debate caloroso em uma das plenárias daquela casa. Era o senhor vereador Tote justificando o porquê de ser contra um concurso público que contemplasse níveis menores do que o Superior (naquele dia a Câmara de vereadores receberam um projeto do concurso que só contemplava alguns cargos para nível superior). Segundo ele, que tem vários cargos comissionados e mini-contratos no município, os igarassuenses (leia-se eleitores), os quais ele “ajudou” com empregos, não teriam condições de passar em um concurso público, e para piorar completou o vereador, essas pessoas bateriam na porta dele toda manhã para ele ajudá-las.
Fiquei perplexo com essa afirmação, pois no fundo sabemos que o senhor Tote só conseguiu essa forte soma de votos por causa desses “empregos” que ele distribui com os menos favorecidos, justamente os que tentariam o concurso para cargos de nível fundamental. O voto de cabresto é bem mais importante para o ilustre vereador do que o progresso pessoal e profissional dos eleitores. É aquela questão: vote em mim e continue trabalhando. E vote em mim não corresponde um voto, e sim um e mais 3, pois toda família vota a fim de ajudar aquele que está trabalhando. Constatei isso inúmeras vezes nesta última eleição, e fico estarrecido de que nada seja feito para mudar esse panorama no município.
Enfim, deixo aqui minha indignação e o convite para cada cidadão igarassuense pensar no que está fazendo com seu voto, e principalmente, onde estão depositando sua confiança!
Como diria Boris Casoy: ISSO É UMA VERGONHA!
Pois é bem mais fácil se eleger dessa forma e por isso ser um dos vereadores mais votados de Igarassu. E o pior é que as pessoas se acostumam a esses cargos comissionados e não estudam, não se profissionalizam, portanto não passam em concurso algum. Tenho fé que um dia essa cidade mude.
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